O QUE FEZ ESSE CATÓLICO NUM PAÍS
DE MAIORIA ANGLICANA? TENTOU MATAR O REI E EXPLODIR O PARLAMENTO.
Todos nós já vimos, ou até mesmo
já usamos a mascara que muitas pessoas chamam de “Anonymous”, mas será que nós
conhecemos a história e o porque da máscara ser usada em vários protestos, por
organizações e ainda ser reconhecida em todo o Globo? Saiba mais sobre Guy
Fawkes, o homem que inspirou não só os Anonymous, como vários outros grupos.
Preso, torturado e condenado à
morte, Guy Fawkes teve os testículos e o coração arrancados, e acabou
decapitado e com o corpo não só esquartejado como exposto em praça pública para
apodrecer e servir de alimento aos corvos. Tudo porque ele era católico na
Inglaterra (país de maioria anglicana) e decidiu participar de um complô para
explodir o Parlamento, matar o rei, sequestrar sua filha e liderar uma
insurreição popular.
Tudo começou quando a rainha
Elizabeth 1ª mandou eliminar Mary Stuart (a primeira na linha de sucessão)
porque ela era católica. Com a morte da soberana, em 1603, Jaime 1º assumiu o
posto e todos acreditaram que a situação dos não-anglicanos ia melhorar. Mas o
rei, bissexual e extravagante, se mostrou um fraco e, acuado por puritanos,
aumentou ainda mais a perseguição religiosa.
Um grupo de católicos influentes
armou um complô para matá-lo. O chefe da operação? Um soldado e aventureiro
procurado por toda a Europa por causa de duelos, roubos e assassinatos
políticos: Guy Fawkes. A primeira reunião dos conspiradores ocorreu em 1604, na
taverna Duck and Drake. O plano era simples: Fawkes cuidaria de colocar 36
barris de pólvora sob o Parlamento, enquanto parceiros fariam um levante no
norte da ilha e sequestrariam a princesa, para convertê-la ao catolicismo. Mas
havia um dedo-duro no bando e, na noite de 5 de novembro de 1605, data
escolhida para o atentado, o serviço secreto inglês já sabia de tudo.
Não foi do jeito que ele
imaginava, mas Fawkes entrou para a história. Exatamente um ano depois do
ataque fracassado, centenas de fogueiras foram acesas nas ruas de Londres em
protesto contra o rei. Mais tarde, o 5 de novembro virou feriado nacional. Nos
anos 70, o anti-herói virou ídolo dos punks, que pichavam seu nome nos muros. E
em 1982 o roteirista Alan Moore e o desenhista David Lloyd criam a graphic
novel V for Vendetta, cujo herói – um vingador mascarado, vítima de
experiências genéticas – luta contra um estado totalitário. Finalmente, em
2002, uma pesquisa realizada pela BBC mostrou que ele era a 30ª personalidade
inglesa mais lembrada. Fawkes vive.